A Polícia Civil de Birigui (SP) concluiu o inquérito que investigou a morte do calçadista Lacy Pereira da Costa, 58 anos, que teve a moto que conduzia atingida na traseira e arrastada por um carro, na noite de 6 fevereiro, em uma avenida da cidade.

A investigação foi realizada pelo 1º Distrito Policial, sob coordenação do delegado Ícaro Oliveira Borges, e resultou no indiciamento de um homem pelo crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, com o agravante de omissão de socorro e fuga do local do acidente. Apesar de negar que conduzia o veículo naquela noite, o indiciado foi reconhecido por meio de foto, por uma testemunha.

Conforme divulgado na época, a vítima conduzia uma moto Honda CB300 pela avenida Vitória Régia, no bairro São Braz, pouco depois das 19h30. Ao ser atingida na traseira por um GM Astra, a moto foi arrastada por vários metros e o motociclista lançado ao asfalto. A ação foi gravada por câmeras de monitoramento.

Quando os policiais militares chegaram para atender a ocorrência, encontraram Costa caído no asfalto, sendo atendido por equipe de resgate. Apesar de ter sido levado ao pronto-socorro, ele não resistiu aos ferimentos. O condutor do carro fugiu, abandonando o veículo. Dentro dele a perícia encontrou dois pacotes de cigarro, 18 latas de cerveja e uma garrafa de gin, aberta, além de um pino com cocaína e R$ 40,00 em dinheiro.

Investigação

A partir da instauração do inquérito, a equipe de investigação do 1º DP identificou o proprietário através dos registros do veículo. Porém, foi constatado que ele não residia mais no endereço cadastrado. A partir de pistas obtidas com familiares, a polícia identificou a residência atual, mas quando os investigadores foram ao imóvel, ele teria fugido.

Ao colher o depoimento de um entregador que por pouco não foi atingido pelo Astra naquela noite, a polícia descobriu que após a colisão, em altíssima velocidade, o condutor do carro fugiu a pé. Porém, ele foi seguido e foi visto entrando em uma residência na rua Guarani.

A Polícia Civil apurou que a mãe do suspeito moraria nessa residência e a testemunha identificou por meio de foto, o investigado como sendo o homem que dirigia o carro no momento da colisão fatal.

Negou

Segundo a polícia, desde então eram realizadas diligências na tentativa de localizá-lo, até que ele se apresentou na delegacia, acompanhado de um advogado. Ao prestar declarações, o investigado negou que fosse o condutor do carro naquela noite.

Ele alegou que havia emprestado o veículo, entretanto, recusou informar quem seria essa suposta pessoa que estaria conduzindo o veículo naquela noite, sob argumento de que temia represálias. Porém, o acusado assumiu a posse dos objetos encontrados e apreendidos no veículo, inclusive a cocaína.

Indiciamento

O delegado reforça que as provas técnicas foram de acordo com a versão da testemunha, com o laudo pericial do local da colisão concluindo que o Astra trafegava em "progressão não moderada e sem a devida atenção" , sendo o causador da colisão. Já o laudo do exame necroscópico apontou que a morte da vítima foi resultado direto do politraumatismo sofrido no impacto. 

Diante das provas obtidas, incluindo o reconhecimento fotográfico do investigado, a fuga do local, os laudos periciais e a frágil negativa de autoria, o delegado concluiu o inquérito com o indiciamento do acusado. O inquérito já foi relatado e remetido à Justiça e caberá ao Ministério Público apresentar a denúncia. Se ela for acatada, o investigado se tornará réu.