Sem coleta seletiva, o município de Birigui (SP) despeja 36 toneladas de material reciclável por dia no aterro sanitário. O volume representa 30% do lixo doméstico gerado pela população e “ignora” exigência feita pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).
Conforme reportagens já veiculadas pelo Hojemais Araçatuba, está para discussão e votação na Câmara dos Vereadores, projeto de lei de autoria do Executivo que institui a taxa de resíduos sólidos em Birigui. A matéria foi adiada na última sessão, mas volta à pauta nesta terça-feira (23). Se aprovada, será essa taxa que irá financiar a implantação da coleta e destinação correta desses materiais, segundo informou a Prefeitura.
Além do valor a ser cobrado dos moradores, o texto do projeto impõe a condomínios residenciais, comerciais e industriais, instituições financeiras, hotéis, escolas e universidades a obrigação de separar resíduos sólidos classificados como recicláveis.
Normas
“Os resíduos deverão ser acondicionados em lixeiras em cores diversificadas, colocadas lado a lado, em locais de fácil acesso e visualização, nos moldes estabelecidos nas resoluções do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente)”, diz.
A cada conjunto de lixeiras deverá existir uma placa explicativa sobre seu uso e significado de suas cores, instalada em local de fácil acesso, inclusive com identificações claras e códigos linguísticos apropriados aos deficientes visuais.
O descumprimento da lei acarretará em notificação e, em caso de reincidência, multa na ordem de 5 Ufesp (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo), o equivalente hoje a R$ 145,45. O prazo de adequação à norma será de 180 dias, após a publicação da lei.
Fiscalização
Questionado, o secretário de Serviços Públicos, Diogo Sobreira, informou que hoje não existe essa obrigação no município, mas que é preciso normatizar e padronizar a coleta de resíduos sólidos urbanos de acordo com normas vigentes, como a lei 12.300, de 16 de março de 2006, que institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos.
A fiscalização será feita pela Secretaria de Tributação e Fiscalização, que será solicitada por meio de ofício por meio da Secretaria de Serviços Públicos.
O secretário admite que não há coleta seletiva na totalidade de Birigui, embora exista a lei denominada Pró-Catador, que possibilita o credenciamento de associações e cooperativas para que elas coletem, façam a triagem e comercializem os resíduos sólidos. Não foi informado se há entidades atuantes.
Em maio de 2018, município construía a quarta célula para depósito e compactação de lixo no aterro (Foto: Divulgação/Arquivo)
Aterro
Diariamente, 120 toneladas de lixo doméstico são destinadas ao aterro sanitário, sendo que 30% delas são recicláveis.
Em agosto de 2017, a Prefeitura deu início a um projeto de coleta seletiva, que não avançou, sendo paralisado alguns meses depois.
A implantação da coleta seletiva foi uma das exigências da Cetesb para conceder ao município a licença de uso do aterro sanitário. Na época, o espaço, que fica no quilômetro 31 da rodovia Deputado Roberto Rollemberg (SP-461), estava sem licença de operação desde dezembro de 2008 e corria risco de ser interditado. A licença foi emitida pelo prazo de cinco anos.
Aline Galcino - Hojemais Araçatuba