A Polícia Civil de Birigui (SP) prendeu na tarde desta quarta-feira (5), uma mulher suspeita de participação no assassinato de Maria José da Silva Santos, 55 anos, cujo corpo foi encontrado dentro de um saco com materiais recicláveis no quintal da casa dela, no último dia 31. Ela teria sido morta na noite de Natal.

A investigada manteria relacionamento amoroso com um irmão da vítima, que não foi localizado pela polícia e é considerado foragido. A prisão é temporária e foi decretada pelo Plantão Judiciário de Araçatuba, a pedido da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), que trata o caso como feminicídio.

O delegado Ícaro Oliveira Borges representou pelas prisões tanto da mulher como do irmão de Maria José e os mandados foram expedidos nesta quarta-feira. O mandado referente à investigada já foi cumprido e, segundo o que foi apurado pela reportagem, as equipes seguiram em diligências para tentar prender o irmão da vítima, mas ele não havia sido localizado até o início da noite.

Negou

Ainda segundo o que foi apurado pelo Hojemais Araçatuba , a investigada negou participação no crime, mas foi reconhecida pelo padrasto de Maria José, que mora na residência onde o corpo foi encontrado, como sendo a mulher que estava com o irmão da vítima na residência dela na semana do crime.

O corpo de Maria José foi encontrado no dia 31, mas ela estava desaparecida desde o dia 24. Em depoimento à polícia, o padrasto dela, que tem 73 anos, contou que o irmão da vítima havia aparecido para visitá-la em 21 de dezembro, no período da tarde, e permaneceu na residência até o dia 25, acompanhado da investigada, com a qual manteria um relacionamento amoroso.

Ele contou que na véspera de Natal foi dormir por volta das 20h, deixando o casal conversando com a vítima na sala. Na madrugada do dia seguinte, ao acordar para ir ao banheiro, por volta das 2h, ele não viu ninguém na casa e retornou para cama.

Já por volta das 7h, ao se levantar, percebeu que estava sozinho, pois o casal havia ido embora e Maria José havia desaparecido. Segundo o padrasto da vítima, ele não ouviu barulho de briga durante a noite.

Corpo

O idoso disse à polícia que depois daquele dia ele passou grande parte do tempo embriagado, pois tem o costume de ficar sentado em uma cadeira na porta da residência, ingerindo cachaça, observando o movimento e conversando com os vizinhos.

Falou ainda que estava com o nariz entupido em razão de uma gripe e não percebeu o mau cheiro que exalava do saco de recicláveis, apesar de ser alertado por vizinhos, inclusive da existência de sangue e bigatos no local.

O saco com recicláveis onde o corpo estava foi localizado na parte da frente do quintal da residência. Junto havia outros dois sacos, ambos abertos. O que continha o cadáver havia sido costurado. Ele estava até a metade com materiais diversos e após o corpo, havia papelão.

Investigação

A vítima havia sido enrolada em um cobertor e o exame necroscópico apontou que Maria José estava morta havia pelo menos cinco dias quando foi encontrada. Devido ao estado de decomposição, não foi possível identificar lesões. O laudo do exame necroscópico deve apontar a causa da morte.

O padrasto da vítima contou à polícia que após o desaparecimento dela notou a falta de um botijão de gás, do celular de Maria José, de dois rádios AM/FM e de várias vasilhas de cozinha.

Disse ainda que cerca de quatro meses atrás outro botijão de gás havia sido furtado e havia suspeita de que o autor do crime seria o irmão de Maria José, que seria usuário de drogas e o teria pego para trocar por entorpecentes.

Equipes do Instituto de Criminalística já realizaram três perícias na residência da vítima em busca de provas do crime, inclusive com uso de luminol, que pode apontar a existência de sangue.