A Polícia Civil de Bauru (SP) prendeu dois moradores em Birigui, acusados de aplicarem golpes em uma loja de games e acessórios. Eles já teriam feito duas compras utilizando cartão de crédito clonado e foram presos quando tentavam efetivar a terceira compra na mesma loja.
As prisões ocorreram no início da noite de segunda-feira (21), por equipe de investigação do SIG (Setor de Investigações Gerais) da CPJ (Central de Polícia Judiciária) de Bauru. A vítima registrou um boletim de ocorrência relatando que entre os dias 4 e 14 deste mês havia feito duas vendas com pagamento através de “link” , não presencial, para pessoas distintas.
De acordo com o que foi relatado, os titulares dos cartões utilizados nas compras fizeram o cancelamento do pagamento, alegando que não reconheciam as transações.
Os produtos haviam sido retirados no estabelecimento, em Bauru, sendo que a primeira venda foi feita em 4 de março, em cinco parcelas de R$ 1.120,00. O cancelamento ocorreu em 17 de março. A segunda venda foi feita em 14 de março, em cinco parcelas de R$ 1.010,1, e cancelada no sábado (19).
Nova venda
Em conversa com os investigadores, a vítima contou que havia sido novamente contatada pelas mesmas pessoas, que tentavam comprar na segunda-feira, uma placa de vídeo avaliada em R$ 7.000,00.
A polícia foi informada que os supostos compradores seriam de Araçatuba ou Birigui e que utilizavam um automóvel VW Virtus. Também foi informado que eles que chegariam em Bauru por volta das 18h.
O comerciante apresentou à polícia a foto de um documento apresentado pelo comprador para efetivar a primeira transação fraudulenta. Por cautela, ele também havia fotografado a entrega das mercadorias na ocasião.
Em pesquisas nos sistemas policiais eles conseguiram identificar o comprador, que havia apresentado um documento em nome de outra pessoa para efetivar a compra.
Presos
Os investigadores ficaram de campana nas proximidades da loja e por volta das 18h de segunda-feira, quando o Virtus estacionou na frente do prédio, quem desceu foi um vendedor de 34 anos, morador na Vila Moimaz, em Birigui.
O condutor do carro, um autônomo de 32 anos e morador no Portal da Pérola 2, também em Birigui, permaneceu no interior do veículo, com o motor ligado. O que entrou na loja foi abordado em seguida e apresentou o documento de identidade em nome de outra pessoa.
Ao ser questionado, alegou que comprou o RG falsificado na cidade de São Paulo. Sobre as mercadorias adquiridas anteriormente de forma fraudulenta, ele argumentou que haviam vendido pela internet, mas não quis dizer por quanto nem em qual site. Por fim, alegou que trabalhava como vendedor de queijos em Birigui.
Negou
O outro acusado foi abordado no interior do carro, alegou que trabalharia com criptomoedas e que apenas havia dado carona ao amigo, como havia feito nas outras vezes, negando saber sobre o golpe.
Entretanto, de acordo com a polícia, durante a abordagem foi constatado que ele mantinha relação superioridade hierárquica e de temor sobre o outro investigado, que demonstrava constrangimento em responder aos questionamentos.
Além disso, fazia uso de roupas mais caras, de joias de ouro e estava com um celular muito mais valioso do que o vendedor, que em tese, apenas cumpria ordens.
Carro alugado
Ainda de acordo com a polícia, os acusados estavam com um carro registrado em nome de uma locadora de veículos, o qual foi apreendido.
Os dois investigados foram presos em flagrante, apresentados na Central de Polícia para registro da ocorrência, onde a vítima também prestou depoimento e confirmou que a dupla tentava adquirir uma placa de vídeo avaliada em R$ 7.000,00 quando foi surpreendida.
O comerciante reconheceu o suposto vendedor de queijos como sendo quem retirou as mercadorias nas outras duas compras fraudulentas.
Golpe
Em depoimento, o vendedor disse que fez a compra utilizando cartão clonado com dados que teria obtido pela internet, assim como o RG falso. Ele assumiu toda a responsabilidade, tentando isentar o outro investigado de participação nos crimes.
Já o autônomo alegou que não fez nada de errado, mantendo a versão de que apenas havia dado carona para o amigo, como da outra vez. Disse ainda que viajou apenas duas vezes para Bauru, incluindo o dia da prisão, mas não ganharia nada, a não ser o ressarcimento do valor gasto com combustível.
Após serem ouvidos, os dois foram presos em flagrante e permaneceram à disposição da Justiça. Eles devem ser indiciados por estelionato. O vendedor também deve responder criminalmente pelo uso de documento falso.
Lázaro Jr. - Hojemais Araçatuba