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Mulher condenada por integrar quadrilha especializada em furtos em mercados é presa em Birigui
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Publicado em 23/06/2022

Camila Espinhara da Silva, 27 anos, foi presa pela Polícia Militar na tarde desta quarta-feira (22) em Birigui (SP). Ela foi condenada a 4 anos, 10 meses e 20 dias por integrar uma quadrilha especializada em furtos em série praticados em estabelecimentos comerciais, principalmente supermercados, em diversos municípios do interior do Estado.

O grupo que foi alvo da Operação Furo Certo da Polícia Civil, em janeiro de 2020, teria cometido pelo menos 28 furtos em estabelecimentos comerciais de acordo com a denúncia.

O mandado de prisão cumprido nesta tarde é referente e ação que tramitou na Justiça de Flórida Paulista e o regime inicial para o cumprimento da pena é o fechado. A ré foi presa na casa dela, na rua Pedro Vendramine, no Parque Residencial América.

Após o marido dela ser comunicado da prisão, ela foi apresentada no plantão policial em Araçatuba e após o registro da ocorrência seria encaminhada à penitenciária feminina de Tupi Paulista, onde permanecerá a disposição da Justiça.

Furtos

Consta no relatório do recurso contra condenação em primeira instância julgado pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) em 20 de abril, que Camila teria se associado a outras pessoas para praticarem em furtos em estabelecimentos empresariais em cidades como Salmourão, Lucélia, Flórida Paulista, Mirandópolis e Lavínia.

O grupo teria as tarefas divididas organizadamente, os integrantes pesquisavam e decidiam quais seriam os estabelecimentos alvos dos delitos. Eles utilizariam um veículo GM Astra de propriedade de Camila, que geralmente transitava por vias sem monitoramento de câmeras.

Durante a ação, a ré e um comparsa permaneciam no automóvel e faziam a vigília para os demais integrantes do grupo, que invadiam os estabelecimentos mediante arrombamento. O produto do crime era dividido entre eles, segundo a denúncia.

No caso de Flórida Paulista, os alvos teriam sido um supermercado e uma loja de conveniência, invadidos na madrugada de 28 de agosto de 2019. De um dos estabelecimentos teriam sido furtados R$ 6.500,00 em dinheiro que estavam em um cofre e do outro, R$ 700,00 e uma caixa de som portátil.

Para invadir um dos prédios, o telhado e o forro foram danificados e no outro furto, uma porta de vidro foi arrombada.

28 cidades

Durante a investigação, a polícia de Flórida Paulista em contato com a polícia de outros municípios, tomou conhecimento da existência de furtos semelhantes em 28 municípios da região. Os réus foram identificados graças à análise das linhas telefônicas deles, que se comunicaram naquela madrugada, quando estavam na cidade.

Em janeiro de 2020 a Polícia Civil deflagrou a Operação "Furo Final" para cumprimento de mandados de busca nas residências de quatro investigados nas cidades de Brejo Alegre, Birigui e Araçatuba.

Na casa de Camila foi apreendida uma máscara exibida por ela na foto de perfil em rede social e celulares confirmando que eles se relacionavam.

Consta ainda na denúncia que a ex-namorada de um dos réus confessou a prática de diversos furtos em Lucélia, Rancharia, Valparaíso, Martinópolis e Bento Abreu, com a participação de Camila atuando como olheira, utilizando o carro dela.

Descumpriu

Consta na ação que durante o processo a ré foi beneficiada pela prisão domiciliar, mas descumpriu as cautelares de comparecimento a todos os atos do processo e a comunicação ao juízo quando da alteração de residência.

“À míngua do conteúdo do art. 318-A, CPP, a ré não objetivou os cuidados de seus filhos menores, tanto que descumpriu a medida que amparava sua prisão domiciliar, deferida para cuidar deles. Por isso, entendo presente a hipótese excepcionalíssima que recomenda a determinação de sua custódia cautelar”, consta na decisão.

Foi decretada a prisão preventiva dela, mas em seguida, após a prolatação da sentença, a Justiça foi informada do novo endereço de Camila e foi comprovado que ela estava grávida, por isso, a prisão preventiva havia sido revogada, para ela aguardar o julgamento do recurso em liberdade.

Nesta mesma ação, outro réu foi condenado a 5 anos, 4 meses e 25 dias de prisão e mais dois foram condenados a 6 anos, 3 meses e 18 dias de reclusão cada um.

Operação

Em 21 de janeiro de 2020 o Hojemais Araçatuba publicou matéria sobre a operação, que foi chamada "Furo Final" porque normalmente a quadrilha, após invadir os imóveis pelo telhado, abriam os cofres dos estabelecimentos fazendo apenas um furo. Seis eram os alvos da operação na região e foram cumpridos mandados em Birigui (8) e Brejo Alegre (1). 

O delegado Thiago Barroca informou na época que a investigação teve início em julho de 2019, a partir de crime registrado em Lavínia. Até então, a polícia calculava que a quadrilha teria causado prejuízo de pelo menos R$ 300 mil nos últimos meses.

Um VW Gol que seria de um dos investigados, quatro celulares e diversos objetos em uma casa de um industriário de 28 anos, no bairro Monte Líbano, em Birigui foram apreendidos. Com ele também foi encontrada uma "caneta revólver" , arma artesanal que seria periciada.

Na casa de um homem com 28 anos na época, na Vila Bandeirantes, foram apreendidos dois celulares. O alvo em Brejo Alegre foi um estudante com 22 anos na época, que estava preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Nova Independência. Na casa dele foi apreendido um par de luvas e dois aparelhos de celular.

 

 
Lázaro Jr. - Hojemais Araçatuba
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