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Inaugurada a toque de caixa, base comunitária no Ivoninha está abandonada
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Publicado em 09/11/2022

Construída e inaugurada a toque de caixa no último ano da gestão do ex-prefeito Cristiano Salmeirão (Solidariedade), a Base Comunitária da Guarda Municipal “Pedro Piacente”, no bairro Ivone Alves Palma, conhecido como Ivoninha, está abandonada.

Imagens feitas no local mostram que a estrutura foi vandalizada. As portas que haviam no local foram arrancadas, bem como os metais dos banheiros e fiação da caixa de energia. O terreno tem mato alto e até um monte de pedra brita, o que deixa claro que o espaço não tem sido utilizado há um bom tempo.

A denúncia foi feita pelo vereador Cléverson José de Souza, o Tody da Unidiesel (Cidadania), em sessão da Câmara de Birigui. Um requerimento pedindo informações sobre o projeto, que tinha como foco trazer mais segurança para aquela região, foi protocolado e aguarda resposta.

Projeto

A base comunitária foi construída em um terreno da Prefeitura que fica em frente do CEI (Centro de Educação Infantil) Carmen Najas Camargo, na avenida das Rosas esquina com a Avenida José Ravagnani, a conhecida Rotatória do Cristo, e inaugurada em 1º de outubro de 2020.

Foram investidos aproximadamente R$ 80 mil, de recursos próprios, para a construção do espaço, que faria atendimento 24 horas, todos os dias da semana, incluindo sábados, domingos e feriados, com dois policiais na base e dois em viatura, percorrendo os bairros vizinhos.

Na época da inauguração, o então comandante da Guarda Municipal de Birigui, José Carlos Fernandes, explicou que a base seria uma extensão da sede da corporação, cuja meta seria de aproximar o efetivo dos moradores. Outro ponto destacado era a segurança numa região que já se transformou em importante centro comercial.

Além da estrutura física, o local estava equipado com rádio base, ar-condicionado, geladeira, cadeiras, mesa, linha telefônica e internet. Havia ainda estudos para se construir outras bases em outras regiões da cidade, para aumentar a segurança pública, o que não ocorreu.

Requerimento

Esse é o segundo requerimento protocolado pelo vereador sobre a utilização e conservação da base comunitária. Em agosto do ano passado, em resposta oficial ao vereador, a Prefeitura negou a desativação do espaço.

Na ocasião, a Prefeitura explicou que houve necessidade de se redistribuir o efetivo para atendimento de outras prioridades. Assim, os guardas que estavam escalados naquela base foram remanejados para outras funções, como, por exemplo, a prioridade de apoio à Secretaria de Saúde na vacinação contra a covid-19 para toda a população, em que houve a necessidade de empregar grande número de efetivo para a segurança dos locais de vacinação e para o controle e organização do trânsito nas imediações de tais locais.

Ainda segundo a administração, a base estava servindo de apoio às equipes que trabalham diuturnamente no patrulhamento no Ivoninha e bairros próximos.

No entanto, destacou que havia queixas dos guardas municipais escalados para trabalhar no local, a respeito das condições precárias para a longa permanência naquelas instalações (escalas de 12 horas ininterruptas), pois não há copa/cozinha para fazer as refeições; os sanitários possuem acesso pelo lado externo, expostos às intempéries; além de não haver sistema de proteção balística e de comunicação eficientes.

“Na atualidade, ante as limitações orçamentárias do município, não é possível realizar obras e aquisições para melhorar as condições daquelas instalações, cuja solução se dará no momento oportuno”, informou por meio de ofício ao vereador.

Prefeitura alega falta de efetivo

Questionada pela reportagem do Hojemais Araçatuba, a Prefeitura informou que a desativação do local se deu por falta de efetivo, visto que as contratações da Guarda Municipal são muito antigas. Como o passar dos anos, o efetivo foi reduzindo sem que houvesse reposição e, em 2021, houve a necessidade de priorizar o policiamento com viaturas.

O município afirmou que há interesse na continuidade de utilização do prédio, que necessitará de reforma, no entanto, é preciso uma avaliação de como será feito e de que forma o espaço atenderia melhor a comunidade próxima. Somente após essa avaliação, serão definidos tamanho e valor da obra.

Sobre a estrutura deficitária do local, a administração disse que, como foi realizada pela gestão anterior, desconhece os motivos e apelos políticos no momento em que decidiram pela sua implantação. “Acredita-se que a Guarda Civil Municipal à época não tenha sido consultada, visto que a estrutura não atende o mínimo para funcionar como uma base com a finalidade de atuar na área de segurança”, informou.

No local há um cômodo e dois banheiros, sendo esses de acesso externo, e uma garagem para a viatura. Não foi informado sobre os equipamentos.

Atualmente, a Guarda Civil Municipal de Birigui tem a base-sede na avenida Nove de Julho, não possuindo outros pontos de apoio, e segundo a Prefeitura, no momento, não há estudo de implantação de outra base nos mesmos moldes.

 

 
Aline Galcino - Hojemais Araçatuba
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