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Patrão confessa ter matado homem encontrado parcialmente enterrado em canavial de Birigui
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Publicado em 21/11/2022

A Polícia Civil de Birigui (SP) identificou o autor do assassinato de Rafael Rodrigo da Silva Cardozo, 35 anos, que teve o corpo encontrado parcialmente enterrado em um canavial na zona rural da cidade, na manhã do dia 4 deste mês. O crime teria ocorrido no dia 28 de outubro, na empresa onde a vítima trabalhava.

Ouvido na manhã desta sexta-feira (18), o patrão de Cardozo confessou a autoria do crime e apresentou o pedaço de madeira que teria usado para bater na cabeça da vítima.

O caso foi esclarecido por equipe chefiada pelo delegado Eduardo Lima de Paula, que após reunir indícios de autoria representou pela expedição de mandados de busca para a casa e para a empresa do investigado, ambos no bairro Portal da Pérola 2, em Birigui.

Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Birigui e cumpridos nesta manhã. O empresário teve uma caminhonete GM S-10 apreendida para perícia. O veículo teria sido utilizado para transportar o corpo até o canavial, segundo o próprio empresário.

Roubo

Segundo a polícia, ao prestar depoimento, incialmente o acusado alegou que ele e o funcionário dele teriam sido vítimas de três assaltantes, que teriam levado grande quantia de dinheiro da empresa e matado Cardozo.

Alegou ainda que os supostos ladrões teriam ameaçado fazer mal aos familiares dele se chamasse a polícia, por isso, ficou com medo e decidiu esconder o corpo.

A polícia percebeu que havia contradições na versão apresentada, com base no que já havia sido apurado na investigação. Ao informar que ele poderia responder pelo crime em liberdade caso contasse a verdade e colaborasse com as investigações, o empresário confessou o crime e afirmou ter agido sozinho.

Desentendimento

Na nova versão apresentada à polícia, o investigado afirmou em depoimento que Cardozo era usuário de drogas e suspeitava que ele utilizasse o horário de trabalho para “fazer corres” relacionados aos entorpecentes.

Alegou ainda que o funcionário estaria levando o irmão da mulher dele para sair com outras mulheres, mesmo sabendo que ele era casado, e desconfiou que poderia estar incentivando-o a fazer uso de drogas.

Além disso, ele teria feito uso do aparelho celular corporativo e da linha de trabalho para conversar com amantes e enviar fotos sensuais.

Segundo o empresário, ao confrontá-lo, sobre tudo isso, ele teria sido atacad e se defendido utilizando a corda da capota marítima da caminhonete para enforcá-lo. Cardozo teria perdido os sentidos, mas voltado a si momentos depois, ainda mais enfurecido.

O funcionário teria tentado atacá-lo novamente, por isso bateu na cabeça dele utilizando um pedaço de madeira. Ao bater com a quina do objeto na vítima, ele teria ouvido barulho que imaginou ser de um osso quebrando, causando bastante sangramento.

Ocultação de cadáver

Como a vítima estava desacordada, o empresário disse que decidiu colocá-la em uma BAG usada para carregar cebolas e a levado para os fundos do barracão. Ele alegou que lavou a sujeira antes da chegada da esposa e de outro funcionário, que faziam trabalho externo. 

Depois, sozinho retirou o corpo da BAG, o colocou na caçamba da caminhonete, cobriu com a lona marítima e saiu em direção ao bairro rural do Goulart, para escondê-lo. Disse ainda que parou para abastecer o veículo e próximo da “Ponte Velha” encontrou um carreador de cana que considerou ser o local adequado para esconder o corpo.

Segundo o empresário, ele desovou o corpo, dispensou o pedaço de madeira usado na agressão e voltou para casa, tendo mandado lavar a caminhonete em um lava jato, alegando que teria atropelado e matado uma capivara, que teria carregado na caçamba.

Enterrado

O investigado disse à polícia que madrugada do sábado para domingo (30) voltou ao canavial com outro carro dele, um VW Fox, e tentou encobrir o corpo com uso de uma pá. Como a terra estava muito dura, ele desistiu. Porém, retornou ao local novamente na tarde de domingo com uma Honda Biz, levando um enxadão.

O empresário disse à polícia que após conseguir cobrir parte do corpo passou a sentir uma sensação muito ruim. Ele então retirou as roupas que Cardozo vestia, voltou para casa e as queimou na churrasqueira, com exceção dos sapatos, que alegou ter perdido no caminho junto com o enxadão. Por fim, alegou estar arrependido do que fez. 

Investigação

Durante as buscas a polícia apreendeu um computador e fotografou locais relevantes, como a a churrasqueira que teria sido utilizada para queimar as roupas. Ela é do tipo a bafo, de médio porte, e não tinha resquícios de carvão ou tecidos, segundo a polícia.

Parte da equipe investigação esteve com o empresário no canavial e localizou o pedaço de madeira que ele disse ter usado para matar a vítima. Segundo a polícia, o objeto tinha manchas que aparentam ser de sangue. 

A caminhonete foi apreendida e será periciada na tentativa de localizar resquícios de sangue, assim como os celulares do investigado e da esposa dele foram apreendidos e serão periciados.

O empresário foi indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, mas deve responder em liberdade. Ele poderá ser enviado para julgamento pelo Júri Popular.

Investigado disse ter usado pedaço de madeira para bater na cabeça do funcionário (Foto: Divulgação)
 
Corpo de Rafael Rodrigo foi encontrado parcialmente enterrado (Foto: Reprodução/Arquivo)
 
 
Lázaro Jr. - Hojemais Araçatuba
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