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Acusados de matar casal queimado vivo em Birigui vão a julgamento nesta quinta
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Publicado em 01/12/2022

temente. Como ele estava separado de Cristiane, passou manter relacionamento amoroso com Ellen.

Na noite de 24 de julho de 2020, Edi Carlos tentou matar um homem com golpes de faca, crime que teria sido testemunhado por Ellen e Ely. Ouvida na delegacia, a jovem confirmou em depoimento que ele teria sido o autor da tentativa de homicídio, isentando Ely de qualquer participação, contrariando Edi Carlos.

Gravidez

Em setembro daquele ano, o acusado reatou o relacionamento com Cristiane, enquanto Ellen e Ely passaram a se relacionar amorosamente. Porém, Ellen engravidou de Edi Carlos no período em que estavam juntos e ao informá-lo sobre o filho, ele teria passado a pressioná-la a abortar.

Consta na denúncia que no dia 13 de outubro, aniversário da mãe de Ellen, ela contou para um ex-namorado que estava sendo ameaçada por Edi Carlos para interromper a gravidez. Além disso, o réu não gostou que Ely estava se relacionando com Ellen e passou a ter problemas com ele devido a dívidas de drogas, por isso decidiu matar o casal.

Planejado

Por estar insatisfeita com a gravidez de Ellen, Cristiane concordou com a iniciativa de Edi Carlos. Ele também teria contado com a ajuda de David, que convenceu Juan e um adolescente que estava com problemas com Ely por conta de dívidas de droga a participarem do crime.

No início da tarde de 15 de outubro, Edi Carlos saiu à procura de Ely, com o a justificativa de estar sendo “roubado” por ele em questões relativas à venda e aquisição de drogas. Depois, ele telefonou para Ellen, dizendo que tinha droga para consumirem, atraindo assim o casal para um encontro.

Eles seguiram juntos para um motel, onde consumiram entorpecente e as vítimas teriam sido agredidas pelo acusado. Ele as colocou no carro que estava com o casal, mas que pertencia à mãe de Ellen.

Execução

Já com o casal dominado, por volta das 19h, Edi Carlos ligou para a companheira dele e pediu para encontrá-lo na avenida do bairro Moimás. Ela foi ao local marcado com um GM Prisma e encontrou o companheiro, que estava com Ellen no Ford Ka.

Segundo a denúncia, Edi Carlos contou que Ely estava preso no porta-malas e que iria matá-los queimados. Eles combinaram de Cristiane ir à casa de David, onde pegaria o adolescente e Juan. Como combinado, a acusada foi ao encontro de David e do adolescente. Depois foi à casa dela pegar o galão de gasolina, enquanto o adolescente atravessou a rua e convocou Juan para o crime.

Já de posse do combustível, o grupo discutiu sobre como agiriam e Cristiane levou o adolescente e Juan ao encontro de Edi Carlos. Ele, que estava com o Ford Ka, recebeu Juan e o adolescente como passageiros e o grupo seguiu pela rua Natal Masson sentido à zona rural, transportando as vítimas no porta-malas.

Sem piedade

Cristiane os seguiu com o Prisma, sendo que o casal, durante o trajeto, implorava para não ser assassinado. Segundo a denúncia, Ellen chegou a argumentar que esperava um filho de Edi Carlos, que seguiu com o plano. Ely também teria pedido para ser poupado, por ser amigo e frequentar a casa do acusado, que não se importou.

Juan e o adolescente também não se sensibilizaram com as súplicas das vítimas e nem com o fato de a jovem estar grávida. Já na estrada da Caximba, Edi Carlos acessou um carreador e estacionou o Ford Ka entre uma área de preservação permanente e um canavial.

Ele, o adolescente e Juan saíram do veículo, mas mantiveram o casal no porta-malas. Cristiane fez o retorno, permaneceu dando cobertura aos comparsas e entregou o galão com gasolina a Juan. Foi ele que se aproximou do Ford Ka e despejou o combustível sobre e ao redor do veículo.

Incêndio

Consta na denúncia que durante a ação, Ely implorava pela vida, mas Juan o teria mandado calar a boca. O adolescente ainda teria jogado a sobra do combustível dentro do carro e Edi Carlos ateou o fogo.

Quando o Ford Ka estava em chamas, houve uma explosão, a porta abriu e Edi Carlos a fechou com um chute, impedindo que Ely conseguisse sair, pois ele havia escapado do porta-malas e passado para o banco traseiro do veículo.

O grupo deixou o local no carro conduzido por Cristiane e parou na casa de David. No caminho de volta, segundo a investigação, Edi Carlos alegou que matou as vítimas por ter sido “caguetado” para a polícia e para dar uma prova de amor à companheira dele.

Após deixar o restante do grupo, Edi Carlos e Cristiane foram para a casa onde moravam, tomaram banho e se desfizeram das roupas e calçados que usavam para eliminar provas. Posteriormente, ele, Juan e o adolescente retornaram ao local do crime e Edi Carlos retirou as placas do KA, para dificultar a identificação do veículo.

Denúncia

Para o Ministério Público, Edi Carlos, Cristiane, Juan e o adolescente mataram o casal e interromperam a gravidez, provocando o aborto. Já David concorreu para estes crimes ao reunir parte dos executores, organizar a ação recebê-los na casa dele após o assassinato das vítimas.

A Promotoria de Justiça entende que os homicídios foram praticados mediante recurso que dificultou as defesas das vítimas e por motivo torpe. Os réus aguardam julgamento presos e a reportagem não conseguiu contato com as defesas deles.

 

 
Lázaro Jr. - Hojemais Araçatuba
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