A tecnologia está em praticamente tudo (senão, em tudo mesmo). E duas coisas podemos concluir em decorrência desse fato: uma, mesmo se não a utilizarmos, seremos impactados por ela e, como a própria história nos mostra, depois de descoberta e utilizada, as coisas nunca mais serão como antes.
Há algumas linhas de projeções para o futuro que exploram o fato de que o ser humano aprenderá com as novas tecnologias e a utilizará de forma mais sábia, elevando seu intelecto para um novo nível (veja artigo Upgrade Cerebral). Há outras que não preveem um cenário tão otimista assim, justamente pela ideia de que as novas gerações já estão sendo escravizadas pelas máquinas e isso só tende ficar mais grave ainda.
De qualquer forma, uma coisa é fato e não há como escapar: a morte. Pelo menos por enquanto. E como as tecnologias estão se relacionando com essa área?
Segundo a série documental O Futuro , disponível na Netflix, as tecnologias permitiriam algo tão surpreendente que poderíamos até mesmo ter conversas realísticas com os mortos, através de memórias guardadas, inteligência artificial e hologramas reproduzindo imagens em 3D com voz, até o cheiro exatamente iguais ao da pessoa que se foi (talvez até um contato físico seria possível).
Mas não pára por aí, o mais impressionante dessa “viagem” dos futurólogos, prevê o uso do DNA da pessoa que morreu, como uma espécie de HD, que seria fundido com genes de plantas que poderiam, por sua vez, “nascer” e ser perpetuado num vegetal. Visualize um cemitério repleto de árvores e outras plantas espalhadas numa floresta hi-tech, onde elas se movem, projetam hologramas e pronunciam sons.
Alguns argumentos podem corroborar com essa visão de futuro, entre elas aquela que afeta a parte mais dolorida do corpo humano (o bolso). Segundo os especialistas, as tecnologias podem baratear muito os altos custos que envolvem enterros convencionais, como por exemplo, a necessidade de áreas grandes e não reaproveitáveis dos cemitérios, o processo de preparação do morto para o velório, os cuidados posteriores com a terra, etc.
Outro forte argumento é sobre a possibilidade de prolongar a imagem viva de uma pessoa que impacta diretamente na questão sentimental dos que ficam. Segundo uma demanda do próprio Facebook - uma das redes sociais com quase 3 bilhões de usuários no mundo -, a maioria das pessoas que perderam um parente ou amigo, pediam para a plataforma manter o perfil do usuário ativo por um tempo após sua morte.
Neste sentido, o emprego de tecnologias que permitam suprir essas e tantas outras questões, podem tornar a imagem dos cemitérios e dos velórios bem diferente das que conhecemos hoje.
E você, o que gostaria que as tecnologias pudessem fazer para acalentar a saudade de um ente querido?
*Cassio Betine é head do ecossistema regional de startups, coordenador de meetups tecnológicos regionais, coordenador e mentor de Startup Weekend e pilot do Walking Together. Cássio é autor do podcast Drops Tecnológicos
**Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação.
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Cássio Betine*