Um casal de Birigui (SP) acusa a Prefeitura de tê-lo esquecido em São Paulo, onde o marido faz tratamento contra um tumor de adrenal desde o ano passado. O município, no entanto, rebateu a informação e afirma que não havia a informação de que eles estavam em São Paulo e que retornariam com o transporte da Prefeitura.
Segundo a esposa, que acompanha o marido no tratamento, o casal foi para São Paulo com uma van cedida pelo município na noite do dia 24 (quarta-feira passada) – os exames estavam agendados para sexta-feira passada (26). Eles se hospedaram num hotel, custeado pelo município, porém na quinta-feira o paciente se sentiu mal e foi para o pronto-socorro da Santa Casa de São Paulo. Na sexta, fez os exames agendados e continuou em observação no PS, porque tinha mais exames agendados para segunda e terça-feira.
Eles ficaram na capital paulista até terça, quando o paciente fez o último exame, que era uma tomografia. O exame foi realizado e às 9h o marido liberado para voltar para casa.
Como o paciente não estava se sentindo bem, o casal ficou próximo do hospital e depois ficou no ponto combinado para esperar o transporte municipal, que geralmente passa às 17h. No entanto, era por volta das 19h30 e nada de veículo. Eles perceberam que havia algo errado e ligaram para o responsável pelo transporte, que informou que o carro já estava na estrada retornando para Birigui.
“Estamos aqui, largados, num frio de 14°C, sem ter para onde ir e ainda começou a chover”, disse à reportagem por volta das 21h de terça-feira.
Agendamento
O casal afirma que na segunda-feira (29), o município entrou em contato para saber se ele iria para São Paulo, porque havia um agendamento. Eles teriam informado que já estavam na capital e que voltariam com o transporte público, agendando o retorno. Na terça pela manhã, a mulher teria ligado novamente no Centro Médico (onde são feitos os agendamentos) lembrando que voltaria com o veículo do município para Birigui. A informação, segundo o casal, era que estava tudo certo com o agendamento, para que ficasse tranquilo que o veículo iria pegá-lo, o que não ocorreu.
Sem conseguir falar com os responsáveis pela Saúde, o casal entrou em contato com o Hojemais Araçatuba por volta das 19h50 relatando o ocorrido e pedindo ajuda. A reportagem passou o caso direto ao prefeito Leandro Maffeis (Republicanos), que se comprometeu a averiguar a situação. Uma ambulância pegou o casal às 23h50.
Deserto
Durante o tempo de espera, os moradores “esquecidos” explicaram que não teriam como se abrigar no hospital, porque o local onde o marido faz tratamento não funciona 24 horas. Quando eles chegam na madrugada, eles precisam aguardar a abertura dos portões, às 6h, pegar senha e só então são encaminhados para a recepção do hospital. O único serviço de atendimento ininterrupto seria o do pronto-socorro, que ficaria no lado oposto ao “ponto do município”.
“Nossa sorte foi que tem um ponto de táxi aqui na frente, então não estamos totalmente sozinhos, porque aqui é perigoso. Está tudo fechado e apagado, além de frio e chovendo”, descreveu a mulher.
Uma funcionária do hospital que ficou sabendo do caso teria levado uma sopa para eles, por volta das 23h.
Outro lado
Questionada, a Prefeitura informou que o casal não foi para São Paulo com a van da Prefeitura, por isso o motorista nem sabia que os dois estavam na cidade. “Mas a situação foi resolvida e o município providenciou uma ambulância para buscá-los”, informou, sem dar detalhes.
A Prefeitura afirma ainda que na semana passada, de quinta para sexta-feira, custeou a hospedagem do casal em São Paulo para que o paciente fizesse exame na sexta, quando os dois deveriam ter retornado. “Mas eles decidiram passar o fim de semana na capital e não avisaram nada para o município”, finalizou.
Aline Galcino - Hojemais Araçatuba