Cristiano Moreira, 47 anos, que morreu baleado na tarde desta quinta-feira (8) em Birigui (SP) por resistir à prisão durante tentativa de abordagem por equipe da Polícia Militar, foi ferido no rosto e no abdome, por tiros de pistola e fuzil.
O Hojemais Araçatuba apurou que equipe da Força Tática foi à casa dele para cumprimento a mandado de prisão temporária relativo à investigação por participação dele em um roubo a uma sorveteria.
O crime aconteceu no início da noite de 14 de maio, na avenida das Rosas, no bairro Cidade Jardim. Na ocasião, a funcionária relatou que estava sozinha no caixa quando um desconhecido entrou no prédio de boné e capuz e anunciou o assalto afirmando estar armado.
Porém, a vítima disse que ele não apresentou tal arma e mandou entregar o dinheiro e o celular. A jovem relatou que tentou reagir segurando o celular com força e avisou que havia câmeras no prédio. Mesmo assim, o autor pegou o celular dela e fugiu com um comparsa que o aguardava de bicicleta.
Com base nas imagens das câmeras de monitoramento Moreira foi identificado como participante do assalto e a pedido da polícia, a Justiça expediu o mandado de prisão. Ele também teria sido reconhecido pela vítima por meio de fotografias.
Resistiu
Os policiais que foram cumprir o mandado de prisão relataram que Moreira foi localizado em um corredor nos fundos do imóvel. Ele estaria armado com uma pistola calibre 380 e teria feito um disparo de curta distância contra os policiais militares.
Diante disso, um dos policiais reagiu com dois disparos de pistola .40 e o outro atirou com um fuzil. Atingido, o procurado da Justiça soltou a arma que segurava e caiu. Após isolamento da área ele foi socorrido por equipe de resgate ao pronto-socorro municipal, onde teve o óbito constatado em razão dos ferimentos.
Ainda de acordo com os policiais, havia uma mulher no interior da residência, muito agitada e aparentemente sob efeito de drogas. Questionada, ela teria dito que não mora no local e negou qualquer relacionamento com Moreira. Alegou ainda não ter visto a ação policial, tendo apenas ouvido o barulho de dois ou três disparos de arma de fogo.
Investigação
O delegado Eduardo Lima de Paulo foi ao local acompanhado de equipe de investigação após a Polícia Civil ter sido comunicada. Ele descreveu o imóvel como de situação ruim de manutenção, fechado com um portão de grades. De acordo com ele, havia alguns cobertores que impediam a visão do interior do quintal, composto por um quarto, uma sala e uma cozinha.
O suposto confronto teria ocorrido em uma pequena área nos fundos, onde havia manchas de sangue e próximas delas, a pistola calibre 380, ainda municiada com 14 munições intactas e com um estojo deflagrado do mesmo calibre.
Mais distante estavam os dois estojos de munição .40 e o estojo de munição 556, do fuzil. Os policiais militares informaram que durante o socorro a Moreira, eles teriam sido movimentados com a passagem da maca. A pistola apreendida que seria do procurado da Justiça tem a numeração raspada e foi recolhida para perícia, junto com as armas utilizadas pelos policiais envolvidos na ocorrência.
Não viu
Segundo o delegado, a mulher que estava na residência onde ocorreram os fatos estava aparentemente sob efeito de drogas e muito agitada. Entrevistada no local, ela confirmou não ter visto nada, tendo apenas ouvido alguns disparos de arma de fogo do lado de fora da casa.
Lázaro Jr. - Hojemais Araçatuba