A Polícia Civil de Birigui (SP) deteve nesta quarta-feira (27), dois irmãos acusados de serem os autores de um assalto ocorrido na manhã de segunda-feira (25) em uma joalheria na região central da cidade. Um deles foi preso em flagrante por ter sido flagrado com duas armas de fogo. O outro negou participação no crime e responderá inquérito em liberdade. 

Também foram recolhidas peças de roupas brancas, incluindo tocas, que teriam sido utilizadas durante o assalto, que foi gravado por câmeras de monitoramento. Conforme já divulgado, uma representante da joalheira contou à polícia que um dos homens entrou no prédio vestindo essas roupas e foi direto à porta exclusiva à área de funcionários.

Inicialmente ela imaginou se tratar de um agente da Vigilância Sanitária que faria uma inspeção. Porém, o homem colocou a mão na cintura, mostrando estar armado, anunciou o assalto e informou que havia outras pessoas dando apoio do lado de fora do prédio.

Em seguida ele entrou na área restrita e mandou que outro funcionário recolhesse as peças de ouro e colocasse dentro de uma bolsa que foi entregue a ele. Após cometer o crime o autor fugiu e foi filmado passando por uma calçada, acompanhado do comparsa, também vestido com roupas brancas.

Investigação

Assim que a Polícia Civil tomou conhecimento do crime, o delegado Eduardo de Paula instaurou um inquérito e a equipe de investigações da Delegacia de Polícia do Município, comandada por ele, iniciou as diligências para tentar esclarecer a autoria.

Utilizando de técnicas modernas de investigação, a equipe conseguiu identificar os dois irmãos como sendo os possíveis autores do crime e, ainda na terça-feira (26), foi representado por uma ordem de busca e apreensão na residência dos investigados. A Justiça de Birigui atendeu o pedido e, de posse dos mandados, os investigadores saíram em diligência para dar cumprimento na tarde desta quarta-feira.

Reconhecido

Um dos investigados tem 34 anos, é morador no bairro Quemil e foi apontado como sendo o homem que entrou na joalheria e cometeu o crime. Entretanto, de acordo com o que foi apurado pela reportagem, ao ser detido, ele negou participação.

O celular do investigado foi apreendido e ao ser levado para a delegacia, o acusado foi apresentado e reconhecido pessoalmente pelas vítimas como sendo o assaltante que entrou no estabelecimento.

Já com o outro investigado, que tem 31 anos e também mora no Quemil, a polícia encontrou dois revólveres e as roupas que teriam sido utilizadas no crime, conforme registrado nas imagens das câmeras de segurança.

Confessou

Ainda de acordo com o que foi apurado pela reportagem, ao ser preso, esse investigado admitiu participação no assalto e apontou o irmão dele como sendo o mentor do roubo.

Em depoimento na presença de um advogado, ele contou que no domingo recebeu a visita do irmão, que fez a proposta de juntos “ fazerem uma fita para levantar um dinheiro” , dizendo que iria roubar uma joalheria no centro da cidade no dia seguinte, caso o lugar estivesse tranquilo.

Na versão dele, o irmão disse que precisava que ele ficasse do lado de fora do prédio durante o crime e providenciou as roupas brancas para os dois, máscaras de proteção facial e toucas, para que se passassem por agentes da área da saúde.

Assalto

Ainda de acordo com o investigado, na manhã seguinte ele foi de motoneta até o estacionamento de um supermercado nas imediações e em seguida encontrou o irmão, que estava de carro. Os dois teriam passado com o veículo na frente da joalheira e, confirmando que estava tranquilo, deram sequência ao plano. 

Após estacionarem o carro eles seguiram a pé até à loja. Esse investigado alega que não portava arma de fogo no momento do crime, mas o irmão dele estaria com um revólver. Ele disse ainda que apenas ficou do lado de fora da joalheria vendo a movimentação, enquanto o irmão dele cometia o assalto, com a arma na cintura.

Após o crime eles retornaram até onde haviam deixado o carro, fugiram e trocaram de roupa em seguida, vestindo outras que estavam no veículo. Ainda segundo esse investigado, o irmão dele teria ido embora depois de algum tempo, levando o ouro que foi roubado da loja, as roupas e a arma usada no crime.

Já na tarde daquele dia, o irmão dele teria aparecido novamente, pedindo que guardasse o revólver por alguns dias. Na versão do investigado, a dupla não havia combinado o que faria com as joias roubadas e nem quanto receberia pela participação no assalto. Por fim, alegou estar arrependido.

Investigação

O delegado informa que o investigado de 31 anos foi preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo. Ele representou à Justiça pela decretação da prisão preventiva deste investigado, diante da gravidade do crime e da periculosidade do acusado, que teria admitido ter auxiliado o irmão em outras ocasiões, sem citar quais.

Como o investigado apontado como sendo o autor do assalto não foi pego em flagrante, ele foi liberado após ser ouvido na presença do advogado. Porém, a polícia informa que o inquérito segue tramitando e haverá sequência nas diligências para o total esclarecimento do roubo e para tentar descobrir o destino das mercadorias levadas da loja.