“Eram feitas as licitações, o que indica, fraudulentas. Vencida a licitação, era feita a celebração de contrato de gestão entre a OS e município, aí tínhamos prestadores de serviço. Da OS passava o dinheiro para os prestadores, que no próximo momento, fazia o dinheiro retornar para os cofres da OS. Com isso, havia a lavagem de dinheiro depois, com a compra de imóveis e outros bens”, afirma o delegado Fábio Pistori.
Na região noroeste paulista, o material apreendido foi encaminhado para a delegacia de Araçatuba (SP), que coordenou a ação. Policiais cumpriram mandados na Santa Casa de Birigui e na Prefeitura de Penápolis.
De acordo com o Ministério Público, a investigação foi concentrada na região de Araçatuba, porque o primeiro indício de irregularidade em contrato de saúde pública foi registrado em Penápolis.
“Começou aqui porque a primeira notícia que tivemos envolvendo irregularidades foi na região. Existem outras promotorias do estado de São Paulo que também investigavam o mesmo esquema. A gente foi se aproximando e trocando informações. Por isso chegamos a essa dimensão, de diversas cidades e até de outros estados”, diz a promotora do Gaeco, Flávia de Lima e Marcus
Em Birigui, o vereador José Roberto Merino Garcia, conhecido como Paquinha, foi preso. Em nota, a Câmara afirma que não se manifestará.Em Penápolis, o secretário de Saúde, Wilson Carlos Braz, também foi preso. Em nota, a prefeitura afirma que Wilson terá o contrato de trabalho suspenso temporariamente e que o secretário de Planejamento, Daniel Rodrigueiro, assumirá as funções sem acúmulo de vencimentos.
Mandados também foram cumpridos em outras partes do estado de São Paulo e do país. Ainda no interior de SP, mandados ações ocorreram na região de Bauru. Quatro pessoas, entre elas um vereador, foram presas em Agudos (SP).
Na capital paulista, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca na secretaria estadual da Saúde de São Paulo e na Câmara Municipal.
A Secretaria de Saúde de São Paulo informou que está colaborando com a polícia e o Ministério Público nas investigações. Secretaria também informou que fará um pente-fino em todos os contratos e convênios firmados com as Organizações Sociais de Saúde (OSS) apontadas pelo MP e Polícia Civil e, se detectada qualquer irregularidade, "realizará o rompimento dos mesmos".
"A pasta repudia qualquer conduta que viole a legislação ou desrespeite a população usuária do SUS, reafirma seu compromisso com o uso correto dos recursos públicos e com o cumprimento das leis."
No legislativo, segundo os investigadores, o alvo é um funcionário do gabinete do vereador Eliseu Gabriel (PSB). O vereador não é investigado. Já na secretaria estadual de Saúde, os alvos são uma médica e uma advogada, funcionárias da pasta.
A operação contou também com apoio da Polícia Federal do Pará. O governador Helder Barbalho (MDB) é investigado, mas não há mandados contra ele. Os mandados de prisão e busca e apreensão também foram cumpridos nos estados do Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Por G1 Rio Preto e Araçatuba