O empresário Danilo Luiz de Azevedo, 30 anos, morador em Presidente Prudente (SP), foi preso na noite de sábado (26) em Birigui, por receptação. Ele, que tem condenação pelo mesmo crime, estava com uma Honda Falcon que havia sido furtada durante a madrugada do pátio de um guincho da cidade.
O acusado disse que sabia do furto e mesmo assim pagou R$ 4,3 mil pelo veículo, sem documentação, para levá-lo para Prudente.
O flagrante foi feito por policiais militares que estavam em patrulhamento e por volta das 23h30 viram o empresário entrando com a moto em uma borracharia na rua Professor Oduvaldo Dossi, no bairro Quemil. Eles tinham conhecimento de que uma moto do tipo havia sido furtada do pátio do guincho e decidiram abordá-lo.
Pela placa, os policiais confirmaram que a moto era uma das que haviam sido furtadas e o acusado disse que sabia que ela era produto de crime. Ele contou que havia pago R$ 4.300,00 naquela noite, sem documento, e que a levaria para a cidade onde mora atualmente.
Furto
O empresário ainda indicou o vendedor, um desempregado de 21 anos, morador no bairro Aeroporto, em Birigui. Os policiais foram até à casa dele, que confessou ter furtado a Falcon do pátio do guincho junto com outras pessoas que furtaram outras motos.
O Hojemais Araçatuba publicou matéria no sábado sobre o furto de pelo menos três motos do pátio do guincho. Uma delas foi recuperada após o dono do guincho deter um adolescente de 12 anos com o veículo. Ele foi ouvido e liberado.
Sabia
Disse ainda que informou ao empresário que o veículo era furtado, não tinha documento e que recebeu R$ 4 mil em dinheiro e um celular como pagamento. Segundo o investigado, o valor foi dividido com os demais participantes do furto e ele já havia gastado a parte dele do dinheiro, assim como havia vendido o celular.
Apesar de ter confessado o furto, o investigado foi liberado, pois o delegado que presidiu a ocorrência entendeu que legalmente não havia como enquadrá-lo no flagrante, pois o crime ocorreu durante a madrugada e o autor só foi identificado e localizado horas depois.
Após ser ouvido ele foi liberado, mas o delegado representou pela prisão preventiva dele.
Receptação
Já com relação ao empresário, ele foi preso em flagrante por receptação e teve a fiança arbitrada em R$ 2 mil. Como o dinheiro não foi apresentado, ele ficou à disposição da Justiça.
O delegado também representou pela conversão da prisão em flagrante no caso dele, em função dos antecedentes criminais, já que Azevedo registra várias passagens, inclusive por receptação.
Segundo a polícia, ele consta como procurado pela Justiça, mas nas consultas no site do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) não foi encontrado nenhum mandado de prisão em aberto.
Condenação
A reportagem encontrou uma condenação de Azevedo pela Justiça de Penápolis a 2 anos e 4 meses de prisão no regime semiaberto, por receptação.
Ele foi preso em flagrante em 2013, quando recebia uma caminhonete Toyota Hilux momentos após ela ser roubada durante assalto à residência de um casal no bairro Village, na noite de 8 de abril. Na ocasião, apenas a mulher estava em casa. Ela foi rendida, amarrada e os ladrões roubaram joias e o celular dela.
Um dos assaltantes fugiu com a caminhonete e foi para Birigui para entregar para o empresário, que a havia encomendado para levá-la para o Paraguai, onde pretendia revendê-la.
Flagrante
Tanto o autor do roubo como o empresário foram presos na avenida Nelson Calixto, em Birigui, quando era feita a entrega da caminhonete.
Com a prisão de ambos, a polícia soube do assalto e uma equipe foi à casa das vítimas. Ainda de acordo com a denúncia, um dos assaltantes foi surpreendido no imóvel, acompanhado de um adolescente, e atirou contra um dos policiais.
Além do empresário, a Justiça condenou Cláudio Aleixo da Silva e Thiago Henrique Leite a 7 anos, 11 meses e 6 dias de prisão cada. Todos recorreram, mas a sentença foi mantida pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) em julgamento de recurso ocorrido em 15 de setembro de 2016.
Lázaro Jr. - Hojemais Araçatuba