Por sete votos a cinco, Câmara de Birigui (SP) rejeitou o pedido de instauração de uma CP (Comissão Processante) que poderia resultar na cassação do mandato da vereadora Osterlaine Henriques Alves (DEM), a Dr.ª Osterlaine. Ela foi denunciada por suposta quebra de decoro parlamentar, em função de um áudio no qual ela trata de um pedido de vaga para internação para uma paciente.
Os favoráveis à investigação foram os vereadores Benedito Dafé (PSD), Wesley Ricardo Coalhato (PSL), o Cabo Wesley ; Everaldo Santelli (PV), Marcos Antônio Santos (PSL), o Marcos da Ripada ; e Sidnei Maria Rodrigues (Avante), a Si Combate ao Câncer (Avante). A Dr.ª Osterlaine não pode votar e o presidente da Casa, Cesinha Pantarotto (PSD), se absteve.
A denúncia foi apresentada pelo munícipe Jair da Silva, com base em áudio divulgado nas redes sociais, no qual, de acordo com ele, a parlamentar teria solicitado à Secretaria de Saúde de Birigui, a elaboração de cadastros para protocolos na Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde).
O objetivo, de acordo com o denunciante, era agendar consultas e exames no AME (Ambulatório Médico de Especialidades), no qual ela trabalharia há 10 anos, para pacientes e eleitores dela, sem que tivessem sido previamente atendidos e obtidos os devidos encaminhamentos médicos da atenção básica.
Polícia
Na quarta-feira (7), Dr.ª Osterlaine esteve no plantão policial em Birigui e registrou um boletim de ocorrência por difamação contra do vereador Marcos da Ripada por ter divulgado o referido áudio em um programa de rádio em Birigui.
A parlamentar relatou à polícia que em 8 de janeiro deste ano mandou um áudio para uma amiga, então chefe da Atenção Básica no município, felicitando pelo ano que estava se iniciando. No mesmo áudio ela pedia um favor, perguntando se havia condições de arrumar o número do Cross para um paciente e ela respondeu que não.
Segundo a vereadora, esse áudio vazou e naquele dia o colega de Casa o divulgou no programa do radialista Paulo Brito. Na ocasião, Marcos da Ripada teria alegado que ela havia dado uma "carteirada" em uma funcionária pública.
Dr.ª Osterlaine citou ainda que na "capa" do áudio que passou a circular no WhatsApp e no Facebook estava escrito: “ Essa é a vereadora que quer ajudar a saúde furando fila em troca de voto”, o que a fez se sentir bastante ofendida.
Com a rejeição por parte dos parlamentares, a denúncia foi arquivada.
Lázaro Jr. - Hojemais Araçatuba