O Hojemais Araçatuba teve acesso a um vídeo da agressão sofrida por uma mulher de 27 anos, ocorrida na tarde de terça-feira (27) em Birigui (SP), em frente a uma farmácia na região central da cidade. Ao procurar a polícia, a mulher, que havia contratado o serviço do motorista por aplicativo, disse que as agressões ocorreram após o contratado ter reclamado por ela ter batido a porta do carro.
O vídeo recebido pela reportagem mostra a mulher chutando a porta o carro antes de o motorista descer e iniciar as agressões.
Ao registrar a ocorrência, a vítima, que mora no bairro Pedro Marin Berbel, disse que solicitou o motorista particular pelo aplicativo, embarcou na casa dela e desceu em uma farmácia na rua Bento da Cruz.
Ela contou que após desembarcar do carro, um GM Prisma, o motorista teria dito algo e, por não ter ouvido o que ele havia falado, ela se aproximou, acreditando que fosse a respeito do pagamento pela viagem. Na versão da passageira, o motorista teria reclamado por ela ter batido a porta do carro, retirado o cinto de segurança e passado a agredi-la com socos no rosto e na cabeça.
Chutes
As imagens que a reportagem teve acesso mostram a mulher desembarcando do veículo e caminhando em direção à entrada da farmácia com o celular na mão. Quando ela chega na porta do estabelecimento, olha para trás e retorna.
Ao se aproximar da porta do carro do lado do passageiro ela aparentemente começa a filmar o motorista com o celular. A imagem mostra o vidro subindo e em seguida, a mulher bate com o pé direito por duas vezes na porta do lado do passageiro, próximo do vidro.
Agressões
Após os chutes no carro o motorista desce, vai ao encontro da passageira, que aparentemente continua filmando. Ele se aproxima gesticulando e em seguida a atinge com a mão direita no lado esquerdo do rosto da vítima.
O homem aparentemente a segura pelo pescoço, ela também tenta segurá-lo e eles caminham até um bolsão onde estão quatro motonetas Honda Biz, que caem no chão. O motorista empurra a mulher, ela se afasta, mas se aproxima novamente e é atingida pela segunda vez no rosto pelo investigado, que já está com a camiseta rasgada.
Sem intervenção
Do momento em que a mulher chuta a porta do carro até o segundo golpe ser atingido na vítima, algumas pessoas passam pelo local, mas ninguém se dispôs a intervir e separar os dois. Somente depois que as motonetas foram derrubadas é que funcionários de uma loja na calçada contrária vão em direção à dupla.
Eles não intervêm fisicamente, mas o motorista entra no carro, deixa o local e os funcionários levantam as motonetas. A mulher permanece na calçada da farmácia, cercada por pessoas que passam a se aglomerar.
Investigação
Quando a mulher foi à delegacia registrar a ocorrência, o motorista já havia passado pelo local e dado a versão dele dos fatos. O investigado confirmou que discutiu com a passageira ao chegar no ponto de destino da viagem, devido à forma que ela bateu a porta do carro.
Na versão dele, a passageira teria passado a agredi-lo durante a discussão, tendo ele apenas se defendido na tentativa de parar as agressões. Segundo a polícia, o motorista estava com a camiseta rasgada e tinha diversos arranhões na região do tórax, rosto, pescoço e orelhas.
O caso foi encaminhado à DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), responsável pelo inquérito.